Professora e estudantes de Igrejinha colocam prevenção ao suícidio em pauta na escola

 

Professora de língua portuguesa, inglês e literatura do Instituto Olívia Lahn Hirt de Igrejinha, Priscila Maicá, é mais uma educadora que faz parte do seleto grupo das profissionais engajadas na área e, ciente do seu compromisso com os alunos, colocou em prática um projeto chamado: “Não é mimimi, é coisa séria!”, que surgiu em 2018 a partir de questionamentos dos seus alunos sobre falar sobre o setembro amarelo apenas em setembro.
No projeto, os livros O diário de Anne Frank, O menino do Pijama Listrado e O Pequeno Príncipe, já foram trabalhados e a partir das leituras e debates, os alunos da turma 204 do educandário produzem textos baseados nos assuntos estudados, com o objetivo de acolher o próximo a partir da palavra. De acordo com a professora, a proposta é promover a empatia dos alunos e fazer uma troca de desejos, momentos e angústias. Para isso, desde o início de abril, uma vez por mês acontece uma palestra sobre o tema e a cada duas semanas, uma roda de conversa ocorre na parte da tarde para acolher alunos que precisam falar ou que apenas sintam a necessidade de escutar uma palavra de conforto. De acordo com Priscila, a intenção é de realizar o projeto até o final deste ano.

Embora seja recente,
projeto já dá resultados
e reflete casos de depressão

“As percepções ainda são pequenas, entretanto, o número de alunos com necessidade de falar ou ouvir por causa da ansiedade e depressão são alarmantes, precisamos entender que estamos numa sociedade doente pela falta de amor e empatia”, declarou Priscila.

SITUAÇÃO É PAUTA NO GOVERNO

Este mês o governo aprovou a lei que estabelece a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio. Entre seus pontos, o texto prevê a necessidade de o poder público fornecer um número de telefone para a população ajudar, informando sobre casos de suicídio e automutilação.
Além disso, a lei diz que os estabelecimentos de saúde e escolas são obrigados a fazer, de forma sigilosa, o registro legal dos casos. Se tratando de hospitais, as entidades sanitárias devem ser informadas. No caso de escolas, os registros devem ser realizados através do conselho tutelar.

Texto: Lilian Moraes

Fotos: Priscila Maicá