Em pleno agosto, escolas estaduais da região continuam apresentando falta de professores e funcionários

Laura Blos

Região – Assunto recorrente em nosso estado é a falta de professores nas escolas estaduais. No início do mês de abril, o Jornal Repercussão publicou uma matéria listando os professores que faltavam em 17 das 27 escolas estaduais da região. Atualizamos a lista e das 17 escolas ouvidas na primeira reportagem, somente oito conseguiram completar seu quadro de professores, sete continuam com alguma falta de docentes e com outras duas, não conseguimos as informações.

Algo que acontece em diversas das escolas é a chegada de professores e a saída de outros. Grande parte destas saídas é por conta de pedidos de demissão. Um bom exemplo é a escola Berthalina Kirsch, de Igrejinha, que recebeu os professores de português e literatura faltantes, mas teve a saída dos professores de biologia, inglês, educação física e matemática. A diretora da escola, Dirlei Fernandes da Silva, credita a saída frequente de professores da rede estadual à falta de pagamento dos salários por parte do estado.”As pessoas estão saindo por falta de perspectiva no estado”, defende Dirlei. Pelo menos quatro escolas receberam professores de determinada área e tiveram perda em outra.

A falta não é só de professores

Outro quadro que se mantém, é a falta de coordenadores, orientadores e pessoas responsáveis pela limpeza. Na escola Berthalina Kirsch, a diretora afirma que para mais de 800 alunos, há apenas uma pessoa que cuida da limpeza, além disso, a escola está sem coordenação no turno da noite e sem orientadora no no turno da manhã. A escola José Augusto Henemann, de Parobé, também tem faltas na biblioteca e coordenação.

Movimento para a falta de professores não prejudicar os alunos

Para que os alunos não percam aula, muitas escolas se organizam para que outros professores dêem os conteúdos. Na escola João Alfredo, de Riozinho, a professora de história assumiu as aulas de arte para o turno diurno, enquanto um professor de português e literatura atende aos alunos do noturno. Já na escola Rodolfo Von Ihering, também em Taquara, a Secretaria Estadual de Educação mandou que a professora responsável pela biblioteca assumisse a turma de 4º ano que estava sem docente.

Porém muitas escolas não têm professores suficientes para suprir a falta. Com 4 professores (que possuíam cargas horárias altas) a menos, a diretora da escola Berthalina Kirsch, Dirlei Fernandes da Silva, diz que pela quantidade de docentes não há condições de reorganização do quadro dos professores para atender as turmas, de forma que muitas vezes os alunos ficam sem aula.

Em resposta, a Secretaria Estadual de Educação nos enviou dados desatualizados da situação das escolas. Segundo eles, as escolas Olivia Hirt e Berthalina Kirsch, estariam recebendo um professor de Língua Portuguesa na próxima semana, mas esta área está ocupada nas duas escolas, bem como um professor de matemática teria se aposentado e as escolas Hermínia Marques e Rodolfo Von Ihering, teriam substituição com aumento de carga horária, mas ambas já estão atendidas na disciplina. Já para a escola João Alfredo,a demanda seria, também para matemática, quando na verdade a espera da instiuição é por um professor de artes. E por fim, a escola Frei Miguelinho que estará recebendo um docente de artes, no início de setembro, não teve citada a necessidade de um professor de educação física.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: Escola Berthalina Kirsch  é uma das escolas que ainda sofre com a falta de professores. | Divulgação