Região mobilizada em buscar recursos após danos causados por ciclone

Prefeitos em reunião da Ampa, em Igrejinha. Foto: Jauri Belmonte

POR JAURI BELMONTE

REGIÃO – Os municípios seguem mobilizados para buscar recursos junto ao Estado e ao Governo Federal após a passagem do ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul. As regiões dos vales do Paranhana e Sinos foram bastante afetadas com enchentes que deixaram desabrigados e estruturas comprometidas e, por isso, é necessário buscar essa ajuda.

 

No início da semana, o deputado estadual Joel Wilhelm (PP), convocou prefeitos, secretários municipais, coordenadores das defesas civis e representantes da Famurs para reuniões importantes. O objetivo é, por meio do secretário nacional da Defesa Civil, Wolnei Barreiros, buscar a tão necessária ajuda para, aos poucos, reconstruir. Em Igrejinha, a reunião da Associação dos Municípios do Vale do Paranhana (Ampara) contou com chefes dos executivos de Taquara, Rolante, Riozinho, Três Coroas, Igrejinha e representantes da Defesa Civil de Parobé.

A microrregião do Paranhana foi uma das mais afetadas. Taquara teve mais de 1 mil pessoas entre desabrigados e desalojados. Caraá, que faz parte da Ampara e assim como Taquara é rodeada por rios, teve ao menos cinco pessoas mortas na catástrofe.

Em Estância Velha, com prefeitos representantes da Associação dos Municípios do Vale Germânico (Amvag), Joel Wilhelm conduziu uma reunião com o mesmo intuito. No encontro, a prefeita Carina Nath, de Sapiranga, relatou os problemas enfrentados por Sapiranga. As equipes técnicas precisam inserir no sistema os prejuízos estruturais da região; a Defesa Civil está ajudando a fazer esse preenchimento para facilitar o envio de recursos. Após esses trâmites, será feita uma nova reunião, em Brasília, para cobrar recursos. Pelo menos 44 cidades gaúchas decretaram situação de emergência.


Arroios e rios, em Taquara, transbordaram. Cidade foi uma das mais afetadas da região

BANCADA BUSCA LIBERAÇÃO

Deputados gaúchos também se reuniram com o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Barreiros. O objetivo foi agilizar a liberação de recursos humanitários. Mais de 40 municípios do RS foram atingidos; mais de 16,1 mil pessoas ficaram desalojadas ou desabrigadas. “É a nossa luta. Os planos de trabalho sairão dos municípios com assinatura da Defesa Civil e do Governo Federal. Alguns recursos são imediatos da Defesa Civil”, disse o deputado federal Alceu Moreira.

 

MOMENTOS DE TRANSTORNOS E ESTRAGOS

Em Taquara, quase 7 mil moradores foram afetados e 1,7 moradias atingidas; o muro do Hospital Bom Jesus caiu na sexta-feira (16) sobre três carros por conta das chuvas; os bairros Empresa e Santa Maria foram os mais atingidos por conta dos níveis dos rios dos Sinos e Paranhana, respectivamente. Arroios também transbordaram. Em Rolante, boa parte da área central ficou alagada por conta da cheia do Rio Rolante. O incansável trabalho dos bombeiros voluntários contribuiu na limpeza da cidade. Em Sapiranga, a UPA ficou alagada ainda quinta-feira (15) após o Arroio Sapiranga transbordar. Pacientes, que estavam internados, precisaram ser transportados de forma emergencial – de barco – para o Hospital Sapiranga.

PREFEITOS AVALIAM MOMENTO

Primeiro lugar a solidariedade, próximo aos prefeitos dos municípios mais atingidos, como Osório, Maquiné e Caraá. Então, buscamos ajuda humanitária, estamos ao lado de todos nesse momento difícil. Não temos como nos prepararmos para combater a força da natureza. É unir esforços, os municípios que foram menos afetados acabam auxiliando. Vimos isso no litoral norte. As defesas Civis nacional e estadual, estão nos orientando para a busca de recursos, tanto dos imediatos quanto de reconstrução (que dependem de Medida Provisória do Governo Federal). Também trabalhamos junto à bancada federal para buscar recursos suficientes” – Luciano Orsi, prefeito de Campo Bom e presidente da Famurs.

“Tivemos bairros que historicamente são atingidos pelas enchentes. E estamos engajados com a comunidade taquarense que está dando auxílio desde quando amparamos as pessoas. É algo que não prevíamos, por isso, buscamos recursos junto ao governo” – Sirlei Silveira, prefeita de Taquara.

“Fizemos um levantamento, tivemos mais de 300 pessoas desabrigadas após as enchentes. O município está tentando acolher todas essas pessoas atingidas, dando o mínimo de estrutura. Ruas e pontes precisam ser reconstruídas. Os municípios não têm condições neste momento” – Carina Nath, prefeita de Sapiranga.

“Cada município já fez os levantamentos preliminares após a enchente e os estragos. Vamos conduzir as questões mais urgentes, e levantamentos necessários diante disso tudo. Vamos classificar por riscos. Por isso, que, para termos soluções, precisamos de recursos” – Leandro Horlle, prefeito de Igrejinha.

“Já fui prefeito de Igrejinha e sei como é complicado enfrentar uma enchente. Vamos seguir todos os passos, os trâmites legais com a publicação dos decretos, inserindo nos sistemas todos os problemas estruturais para que possamos ter os recursos o quanto antes” – Joel Wilhelm, prefeito de Igrejinha.

“Felizmente, nossa cidade não foi tão afetada. Graças à dragagem que fizemos no rio e a colocação de gabião, felizmente, não tivemos vítimas e nem casas destruídas. Tivemos 46 famílias afetadas; amparamos todas elas com doação de produtos” – Alcindo Azevedo, prefeito de Três Coroas.

“Vamos buscar alternativas para atender as pessoas e juntos, buscarmos recursos através do Estado e Defesa Civil Nacional para reconstruir o que foi danificado. Agradeço que não tivemos óbitos no nosso município” – Pedro Rippel, prefeito de Rolante.

“Tivemos pessoas que precisaram sair de suas casas e se hospedar no salão da igreja. Além da ajuda do município e da comunidade para que essas pessoas desamparadas tivessem o acolhimento necessário, agora precisamos consertar estruturas danificadas pelas enxurradas” – Marquinhos Pretto, prefeito de Riozinho.