Ciclone entre Argentina, Uruguai E Rio Grande do Sul traz ventania e estragos

Foto: MetSul

Por METSUL

As imagens de satélite mostram um grande ciclone atuando nesta quinta-feira, 9, entre o Rio Grande do Sul, a Argentina e o Uruguai. Apesar da nebulosidade do sistema cobrir uma extensa área, o centro do sistema de baixa pressão está localizado na região do Rio da Prata, entre a província de Buenos Aires e o Uruguai.

 

Não se trata de um ciclone extratropical intenso e sua pressão atmosférica mínima central está ao redor de 1.000 hPa. Assim, a despeito de as imagens de satélite impressionarem, como já tinha sido antecipado pela MetSul, inexiste uma ciclogênese explosiva em que a pressão declina ao menos 24 hPa em um intervalo de 24 horas.

A pressão atmosférica na cidade de Buenos Aires, na estação do Aeroparque, era de 1.006 hPa no começo desta tarde com céu encoberto, garoa, temperatura de 14ºC e vento que não chegava a 20 km/h. A capital argentina, com este ciclone, já passava de 115 mm acumulados de chuva neste mês de setembro até o final da quarta-feira, a primeira vez no ano em que a cidade de Buenos Aires supera a média mensal.

Em Mar del Plata, as rajadas de vento na manhã de hoje estavam perto de 70 km/h e a chuva era persistente na localidade da costa de Buenos Aires. Desde ontem, a costa atlântica de Buenos Aires e o interior da província sofrem com rajadas fortes a intensas e que em alguns pontos ficaram ao redor ou passaram dos 100 km/h com estragos.

Já no Uruguai, o Aeroporto Internacional de Carrasco registrava no começo da tarde desta quinta pressão atmosférica de 1.003 hPa com muitas nuvens, vento calmo a fraco e temperatura de 15ºC na região de Montevidéu. Em Laguna del Sauce, em Maldonado, departamento que costuma ter o vento mais forte quando há ciclone no Prata, o vento era fraco com muitas nuvens e período de chuva no aeroporto que serve Punta del Este.

A espiral de nuvens sobre o Centro da Argentina, o Uruguai e o Rio Grande do Sul é o que mais chama a atenção nas imagens de satélite da América do Sul nesta quinta-feira. A frente fria associada ao ciclone se estende por parte do Centro-Oeste do Brasil, atua no Paraná e chega já a pontos do estado de São Paulo.

A tendência, de acordo a análise da MetSul, é este ciclone mover-se para Leste-Sudeste durante a sexta-feira e perder força sobre o Oceano Atlântico, a Leste da foz do Rio da Prata. Na sequência, o sistema vai perder muita organização e a espiral de nuvens que hoje impressiona nas imagens de satélite tende a ficar menos chamativa e se dissipar.

O sol aparece com nuvens neste momento no Rio Grande do Sul com períodos de maior nebulosidade em algumas regiões, particularmente no Oeste e no Sul. As nuvens são trazidas justamente pela circulação do ciclone na região do Prata.

O vento é moderado em algumas cidades do Oeste e do Sul, que estão sob a nebulosidade da circulação ciclônica, inclusive com rajadas. Quaraí teve vento de 67 km/h ao redor do meio-dia. Em Canguçu, as rajadas chegaram a 64 km/h no início da tarde. A circulação ciclônica traz chuva e garoa nesta tarde no Sul gaúcho.

O ciclone impulsionou uma massa de ar frio que trouxe queda de temperatura no Rio Grande do Sul. As madrugadas desta sexta-feira, 10, e principalmente do sábado, 11, devem ter temperatura baixa, mas não frio muito intenso. Hoje, na madrugada, as mínimas caíram abaixo de 10ºC em vários municípios.