Revitalização do Marsul entra na reta final e reabertura do museu é prevista para agosto

Taquara – Depois de 15 anos sem contar histórias por ter a sua própria trajetória interrompida pela ação do tempo, o Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul (Marsul) escreve seus capítulos finais antes de voltar a receber público. As obras de restauração do prédio principal estão 95% concluídas e a expectativa é de que o museu reabra em agosto.

A reforma iniciou em junho de 2022 e teve como foco principal a cobertura do prédio, que sofria com infiltrações em diversos pontos, gerando insegurança para visitantes e para o acervo. “Todo o telhado foi substituído e a laje superior foi impermeabilizada com uma camada de concreto e uma manta asfáltica”, explica o diretor do Marsul, Antônio Soares. Para a obra ser entregue, faltam pequenos acabamentos, como rodapés e colocação de vidros, além da recuperação dos expositores de madeira. O investimento de R$ 1,5 milhão é do governo do Estado.

Como o museu vai funcionar
A exposição para a reabertura está sendo planejada desde o ano passado. Além disso, o Marsul também vai voltar a receber pesquisadores e entrar no calendário oficial de eventos do Estado. “Vamos ter o museu novamente entregue para a comunidade, com exposições contínuas para comunicar o acervo e o conhecimento que as peças podem gerar”, define Soares.

Cuidado com o acervo
A equipe técnica do museu, composta por dois arqueólogos e três estagiários, além do diretor, trabalhava na última semana para mover o acervo de uma sala para a outra em função do término das obras. O processo acontece de forma meticulosa para evitar quaisquer danos para as peças. A estimativa é de que o Marsul tenha entre um e três milhões de itens. “São muitos fragmentos, e cada sítio arqueológico pode ter centenas de milhares deles”, detalha Soares.

Trabalho de catalogação
Após a inauguração, as energias da equipe serão focadas na catalogação do acervo. “Esse é o trabalho da vida de um museu. Ele existe para fazer isso, e não é um processo que ocorre da noite para o dia. Já estamos dando andamento nessa questão”, pontua o diretor. Parte do trabalho será a digitalização dos dados já existentes, para colocar o Marsul no século XXI. A aquisição de softwares específicos para este trabalho também está nos planos para o futuro.