Parobé 40 Anos: “Lanchões” e a história da navegação pelas águas do Rio dos Sinos

Embarcações eram principal meio de transporte em Parobé no século XIX Fonte: Trilhando a história de Parobé

O desenvolvimento de todas as cidades da região tem no Rio dos Sinos uma importante parcela de contribuição e com Parobé isso não é diferente. Antes de surgirem as ferrovias e estradas, o rio era uma das formas, além das carretas de boi, para se transportar mercadorias e também para se deslocar entre os vilarejos existentes à época.

Conforme a escritora Angelita Vargas Peixoto, autora do livro “Parobé, seu povo, sua história”, a navegação fluvial foi o principal meio de transporte da região entre o século XIX e as primeiras décadas do século XX e, o Rio dos Sinos, onde se situa Santa Cristina do Pinhal, sua principal via de transporte e comunicação. Além do transporte de mercadorias agrícolas, os “lanchões”, como eram conhecidas as embarcações, também faziam o transporte de produtos fabricados nas olarias.

Antes dos “lanchões” serem adaptados para as travessias, balsas e canoas eram os modelos de embarcações utilizadas no século XIX. Mais tarde, surgiram os “Vapores”, movidos a vapor, onde, além de transportar as mercadorias até São Leopoldo e Porto Alegre, também transportavam passageiros. Mais adiante, era a vez das “Gasolinas” ou “Chatas” substituírem os meios de locomoção anteriores. Apesar de serem chamadas de “gasolinas”, as embarcações se utilizavam de querosene como combustível de locomoção.
Importância de Santa Cristina do Pinhal

No livro “Uma fazenda, um sobrado, a estação… Parobé, uma história a ser contada”, a escritora Ligia Mosmann conta que Santa Cristina do Pinhal, no séc. XIX, já emergia como um povoado em um ritmo acelerado de crescimento, e por se localizar numa enseada do Rio dos Sinos, era um importante ponto de ligação entre Santo Antônio da Patrulha e a colônia alemã de São Leopoldo. Madeiras de lei, além dos produtos das olarias e agrícolas, também eram transportados através das embarcações via Rio dos Sinos. “Depois, com a ferrovia em pleno vapor e as estradas e rodovias cortando os povoados, a navegação fluvial foi perdendo força, mas as “gasolinas” seguiram sendo utilizadas por um bom tempo. Até a construção da ponte do Pinhal na década de 1980, o único meio de atravessar o rio era através dos transportes fluviais”, explica Maicon Leite, autor do projeto “Trilhando a História de Parobé”. “Antes da ponte ser construída, a população contava com vários tipos de embarcações, e dentre as “gasolinas” mais lembradas estão a “Não Tem Rival”, “Pinhal”, “Daimar” e “Martha”, além das balsas que faziam esta importante travessia entre Parobé e Santa Cristina do Pinhal”, finaliza Leite.