Impasse com associação pode deixar CTG Querência Azaléia sem sede

Referência quando o assunto é tradição gaúcha em Parobé, o CTG Querência Azaléia vive um dilema com relação ao local que sempre foi sua sede e onde iniciaram as atividades da entidade. Localizada junto ao Campo da Azaléia, o local pertence a Associação dos Funcionários da Vulcabrás Azaléia e, segundo os membros da patronagem do CTG, a diretoria da associação vem reduzindo, gradativamente, o direito de uso do espaço. “Só podemos realizar três eventos por ano e ainda dividir o lucro da copa com a associação”, cita Alessandra Marques Corrêa, coordenadora da invernada mirim e membra da patronagem. “Temos cinco invernadas e nosso tempo para ensaio também está reduzido a três dias. Totalmente inviável”, acrescenta Eloy Kamphorst, membro da patronagem.

A vice-patroa e instrutora das invernadas, Álisse Caroline dos Santos, cita como o impasse de local prejudica o andamento das atividades. “É sempre uma incerteza, uma correria para achar um local para os ensaios”, detalha Álisse. “Sem contar que muitos desses locais não contam com tablados, o que dificulta também”, complementa a vice-patroa, citando, também, que a comunidade tem sido parceria do CTG em ceder os espaços para ensaios.

Fim das atividades descartado

Apesar de todas as adversidades que enfrentam para continuar com a chama viva do tradicionalismo na entidade, os membros da patronagem descartam encerrar as atividades. “Isso não é uma opção. Vamos seguir”, crava Alessandra.

Uma nova área, próxima da sede atual da entidade, foi doada pela Prefeitura de Parobé para que o Querência da Azaléia construa sua nova sede, porém, a obra esbarra na falta de recursos. “Não temos esse valor, até porque praticamente não podemos realizar eventos e o custo é grande”, cita Alessandra. “Estamos buscando alternativas, mas ainda não temos perspectiva”, acrescenta Irineu.

O Jornal Repercussão entrou em contato com a Vulcabrás para um posicionamento. “A Vulcabrás informa que o referido espaço foi cedido à Associação dos Funcionários da Vulcabrás, e portanto, a Companhia não tem mais gestão sobre o local”, informou em nota a empresa.

“Era desejo do seu Nestor”

Irineu José Lang também é membro da patronagem e foi funcionário da Azaléia no período de fundação do CTG, há 28 anos. “Me lembro que isso era um desejo do seu Nestor (Herculano de Paula, fundador da Azaléia) na época. Começou como DTG e foi expandido depois para CTG”, relembra. “O Querência surgiu também como um espaço para atender as crianças e esse trabalho maravilhoso segue até hoje, recebendo crianças de cinco anos”, enaltece Irineu. A representatividade do CTG em nível nacional também é citada pelos tradicionalistas como motivo de orgulho. “Já estivemos em outros estados e ano que vem vamos para o Chile representar o país levando o nome de Parobé. Tudo isso é um orgulho”, cita Eloy.