Um problema na linha 193 dos Bombeiros Voluntários de Igrejinha, Três Coroas e Rolante tem gerado transtornos na hora dos chamados direcionados para os efetivos nas suas respectivas cidades.
Sem poder receber ligações no número desde o feriado de natal, o tempo de resposta dos bombeiros para as ocorrências está sendo maior, pois devido à interrupção do serviço, as ligações das três cidades são centralizadas no quartel do Corpo de Bombeiros Militares de Taquara e, de acordo com representantes dos bombeiros voluntários, nem sempre as informações necessárias para um atendimento ágil são repassadas para as equipes de plantão em uma primeira ligação. O que acaba fazendo com que, muitas vezes, as equipes tenham que ligar novamente para quem precisa do atendimento para saber o local da ocorrência.
Em Rolante, em contato com o efetivo da corporação, a reportagem do Grupo Repercussão foi informada que por ser uma cidade de interior e necessitar ainda mais de pontos de referência, a comunicação fica ainda mais difícil. “O pessoal que passa a ligação para nós não conhece a cidade. Nos passam endereço, mas precisamos de um ponto de referência, porque o território de Rolante é bem grande, aí acaba dificultando”, conta uma integrante da corporação rolantense.
AÇÃO NA JUSTIÇA E CONTRAPONTO
De acordo com o presidente da Associação dos Bombeiros Voluntários do Estado do Rio Grande do Sul (Voluntersul), Anderson Jociel, a Oi está justificando que precisa de um tempo hábil (60 dias) para religar as linhas. “É por isso que entramos com uma ação contra a operadora. Acreditamos ser inadmissível esse tempo solicitado para uma situação tão emergencial como essa, onde comunidades de vários munícipios estão sendo prejudicadas por uma ação que não era nem para ter ocorrido”, pontua.
Questionado sobre o assunto, o comando geral dos Bombeiros Militares do Rio Grande do Sul informou ao GR que “a operadora de telefonia já foi demandada para o restabelecimento do serviço. ”
Esclarecimentos e números detalhados sobre atendimentos
De acordo com a Voluntersul, o problema tem mais do que dobrado o tempo de resposta dos bombeiros voluntários para ocorrências de incêndios, acidentes de trânsito, resgates e atendimentos pré-hospitalares (APHs) em geral – pessoas passando mal, acidentes domésticos e outros. “Já tivemos atraso sério em atendimento de incêndio, mas o temor maior é de que alguém acabe morrendo pela demora na chegada de socorro”, explica o presidente da associação.
Ainda segundo a entidade, o caso se torna ainda mais sério considerando que Igrejinha, Três Coroas e Rolante, não contam com serviço de atendimento móvel de urgência (SAMU) e em decorrência disso, são os bombeiros voluntários que se encarregam dos casos de atendimentos que necessitam de ambulância e socorristas.
Em 2019, as corporações voluntárias dos seis municípios afetados – além das cidades do vale do Paranhana, Candelária, Agudo e Teutônia também sofrem com o problema – somaram cerca de 8,5 mil ocorrências atendidas pelo 193 em suas corporações. Os indicativos de 2020 devem ser contabilizados este mês.